sexta-feira, 9 de março de 2012

LITURGIA/ANO B – 3º DOMINGO DO TEMPO DA QUARESMA- 11 / 03 / 2012


* A Fortaleza do Cristão *

1ª Leitura - Ex 20,1-17: A Lei foi dada por Moisés.// 2ª Leitura - 1 Cor 1,22-25: Pregamos Cristo crucificado, insensatez para os pagãos, mas poder e sabedoria de Deus para os que creem.// Evangelho - Jo 2, 13-25: ‘Destruí este templo, e em três dias eu o levantarei’.//  

A liturgia deste domingo recorda mais uma vez a fidelidade do amor do Pai para com o seu povo. Durante a caminhada do povo hebreu ao longo do deserto, saindo do Egito em direção à terra prometida, Deus renova sua aliança por meio de Moisés transmitindo-lhe os Dez Mandamentos (o Decálogo). Não se apresenta o Decálogo como fria lei moral, imposta do Alto por pura autoridade, mas como revelação da sabedoria de Deus que, depois de haver libertado o povo da escravidão material do Egito, quer libertá-lo de toda a escravidão moral (1ª Leitura). A aliança estabelecida com Moisés no Antigo Testamento é substituída no Novo Testamento pelo próprio Filho de Deus, Cristo a nova e eterna aliança. São Paulo proclama na 2ª Leitura que “Cristo crucificado é poder de Deus, sabedoria de Deus” (1Cor 1,23-24). Pretender seguir outro caminho é imitar a atitude dos judeus e dos pagãos, para quem a cruz de Cristo era escândalo e insensatez. "Se alguém quiser vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me"; e ainda: "Quem não carrega a sua cruz e me segue não pode ser meu discípulo" - esta Palavra é transcendente, dirigida a homens e mulheres de todos os tempos. Aceitar a dor e as contrariedades, cumprir com esforço os deveres próprios, é condição indispensável para seguir a Cristo. No Evangelho, Jesus manifesta e exige um profundo respeito pela casa de Deus, conforme as palavras da Escritura que seriam mais tarde lembradas pelos discípulos: “O zelo por tua casa me consumirá”. A casa de Deus o consome porque a alma do Filho está na mais perfeita união com o Pai. O gesto ousado de Cristo de expulsar os profanadores do templo mostra-nos que Deus deve ser servido e adorado com reta intenção, e não servir a religião de apoio aos nossos próprios interesses. Estritamente sinceras devem ser nossas relações com Deus e com o próximo. Do mesmo modo que Jesus oferece toda honra e glória ao Pai, cada um de nós também deve ser um adorador silencioso perante a face de Deus. Nesta total união do humano com o divino, a adoração só pode consistir na mais pura e incondicional entrega à vontade de Deus. Observa João que Jesus purificou o templo, libertando-o dos vendilhões. A Igreja, ao aproximar-se a Páscoa, repete o gesto convidando os fiéis a purificar o “templo do seu próprio coração” para que dele suba a Deus um culto mais puro. Era a este templo que se referia Cristo ao dizer: "Destruí este templo, e em três dias o levantarei". Só depois da morte e ressurreição, compreenderam os discípulos estas palavras que tanto haviam escandalizado aos judeus. É o "templo de seu Corpo", de dignidade infinita, ao qual se refere Jesus. Por meio do mistério Pascal, Cristo substituiu o templo da antiga aliança pelo seu corpo, templo vivo da Santíssima Trindade oferecido em sacrifício pela salvação do mundo, que substituiu os sacrifícios de pombas, ovelhas e bois, oferecidos em Jerusalém no Antigo Testamento. O centro da Nova Aliança já não é mais o templo de pedra e sim "Cristo crucificado", loucura para o mundo, mas poder e sabedoria de Deus para os que nele creem e O amam!  

[Fontes: "Intimidade Divina", ”L 'Osservatore Romano", "Falar com Deus", "A Palavra de Deus no Anúncio e na Oração" e "Nas Fontes da Palavra" / adaptação: Dr. Wilson]

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