quinta-feira, 22 de setembro de 2011

LITURGIA / ANO A – 26º DOMINGO DO TEMPO COMUM - 25 / SET / 2011

* Agir com os sentimentos de Cristo Jesus *


1a Leitura - Ez 18,25-28: Quando o ímpio se arrepende da maldade que praticou, conserva a própria vida.// 2a Leitura - Fl 2,1-11: Tende entre vós o mesmo sentimento que existe em Cristo Jesus.// Evangelho - Mt 21, 28-32: Qual dos dois filhos fez a vontade do pai? //

A liturgia de hoje apresenta Deus em diálogo com o homem para ajudá-lo a entender a justiça que procede das suas recomendações para uma autêntica e perseverante adesão ao bem. "Ouvi,  vós da casa de Israel: é a minha conduta que é correta ou, antes, é a vossa conduta que não é correta?", indaga Deus por meio do profeta Ezequiel ao povo judeu (1ª Leitura). Se o justo abandona o bem para "cometer iniqüidade" não pode imputar a Deus o seu erro, pois será fruto de sua própria inconstância e má índole: "Assim, pois, é segundo o vosso próprio proceder que julgarei cada um de vós" (Ez 18,30). Enquanto viver, o homem terá sempre a possibilidade de converter-se, quer tenha passado seus anos longe de Deus, quer tenha cedido ao mal depois de haver praticado o bem por algum tempo. O importante para todos é aceitar a presença de Deus em suas vidas e decidir perseverar no bem. Também o Evangelho de hoje inicia-se com a interrogação dirigida por Jesus a seus adversários, para provocá-los a dar uma resposta que os esclarecesse a si mesmos, acerca de seu mau comportamento: “Que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, disse-lhe:- Meu filho vai trabalhar hoje na vinha. Respondeu ele:- Não quero. Mas, em seguida, tocado de arrependimento, foi. Dirigindo-se depois ao outro, disse-lhe a mesma coisa. O filho respondeu:- Sim, pai! Mas não foi. Qual dos dois fez a vontade do pai?” O primeiro, responderam-lhe, e com esta resposta condenaram-se a si mesmos após ouvir Jesus dizer com toda a clareza: "Os publicanos e as prostitutas vos precederão no reino de Deus." Mas por quê? Porque os sumos sacerdotes, adversários de Cristo, sendo os primeiros a serem chamados por Deus, dão uma resposta mais aparente que real, tornando-se aqueles mesmos dos quais Jesus afirmou: "Dizem e não fazem" (Mt 23,3). Ouviram a pregação de João Batista, mas não acreditaram. Demasiado seguros de sua ciência e de não necessitar aprender, por demais seguros de sua justiça e de não necessitar converter-se. Não aceitaram a palavra de João Batista e nem a de Jesus e assim vêem-se classificados surpreendentemente depois de pessoas de vida torpe, como os publicanos e as prostitutas que creram, se arrependeram, afastaram-se de suas maldades e praticaram a justiça. Por isso foram acolhidos no reino de Deus, como os exemplos do cobrador de impostos Zaqueu, da mulher adúltera ou da pecadora na casa de Simão que se lança chorando de arrependimento aos pés de Cristo. Se os adversários de Jesus não creram na sua palavra foi, sobretudo pelo orgulho, o maior obstáculo para a aceitação do Filho de Deus. Vem por isso, a propósito, a exortação de São Paulo à humildade na 2ª Leitura: "Tende vós os mesmos sentimentos de Cristo Jesus: Ele, de condição divina, esvaziou-se de si mesmo, assumiu a condição de servo e tomou a semelhança humana." Se o Filho de Deus se humilhou ao ponto de tomar sobre si os pecados da humanidade, será muito pedir aos homens e mulheres que se humilhem até reconhecer o seu orgulho e seus pecados?

[Fontes: “L' OSSERVATORE ROMANO”, “Nas Fontes da Palavra” e “Intimidade Divina” / adaptação: Dr. Wilson]

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

LITURGIA / ANO A – 25º DOMINGO DO TEMPO COMUM - 18 / SET / 2011

* Viver segundo os critérios de Deus! *
1aLeitura- Is 55,6-9: Meus pensamentos não são como os vossos pensamentos.// 2aLeitura- Fl 1,20-24.27: Para mim o viver é Cristo. // Evangelho- Mt 20,1-16: Estás com inveja porque eu estou sendo bom?// A liturgia deste domingo se inicia na 1ª Leitura com um convite do profeta Isaías exortando-nos à que deixemos os caminhos do mal e entremos pelos caminhos de Deus: "Meus pensamentos não são os vossos pensamentos e os vossos caminhos não são os meus caminhos". Na verdade a conversão não consiste em só deixar o mal, mas em aproximar-se de Deus e procurar a conformidade com Ele. Refletindo sobre o modo como vivemos, podemos dizer em verdade que buscamos identificar-nos com Cristo? São Paulo afirma-nos na 2ª Leitura que Cristo era a razão de ser da sua vida. Nos trabalhos ou nas contrariedades, nos momentos de euforia e entusiasmo, na vida ou na morte, o que essencialmente importa para o cristão é viver em conformidade com Jesus Cristo. Na parábola do Evangelho, um pai de família sai ao romper da manhã, a fim de contratar operários para sua vinha. Combinou com os trabalhadores uma moeda de prata por dia (o salário vigente da época) e os mandou para a vinha. Uma jornada normal de trabalho ia do nascer ao pôr do sol, das seis às dezoito horas. Cerca da terceira hora, contada a partir das seis horas da manhã (9hs), saiu e viu ainda que alguns estavam na praça sem fazer nada. Disse-lhes ele: ‘Ide também vós para minha vinha e vos darei o justo salário’. Eles foram. À sexta hora (12hs) saiu de novo e igualmente pela nona hora (15hs) fez o mesmo, contratando novos operários. Finalmente, pela undécima hora (17hs), encontrou ainda outros na praça e os contratou. Ao cair da tarde, o patrão disse ao administrador: ‘Chama os operários e paga-lhes, começando pelos últimos até os primeiros!’ Vieram os que tinham sido contratados às cinco horas da tarde e cada um recebeu uma moeda de prata. Em seguida vieram os que foram contratados primeiro e pensavam que iam receber mais. Porém cada um deles também recebeu uma moeda de prata. Ao receberem o pagamento, começaram a resmungar contra o patrão, dizendo: ‘Estes últimos trabalharam uma hora só, e tu os igualaste a nós, que suportamos o cansaço e o calor o dia inteiro’. Então o patrão disse a um deles: ‘Amigo, eu não fui injusto contigo. Não combinaste comigo uma moeda de prata? Toma o que é teu e volta para casa. Eu quero dar a este que foi contratado por último o mesmo que dei a ti. Por acaso não tenho o direito de fazer o que quero com aquilo que me pertence? Ou estás com inveja, porque estou sendo bom?’ Deus é verdadeiramente bom para todos e podemos entrever as diversas idades da vida na qual as pessoas podem ser chamadas a seu serviço. O mal dos que trabalharam desde o nascer do sol é terem trabalhado somente para si, não descobrindo as maravilhas do "patrão" Deus. Seus cálculos são humanamente legítimos, mas não experimentaram a santidade daquele que os chamou para uma nova intimidade. Deus nos chamou não apenas para sermos operários e servos de sua messe, mas também para sermos seus filhos-herdeiros. Como que pela última vez o Senhor nos fala: "Meu amigo, não te faço injustiça...! Meu amigo...!" Como é que pertenço a Deus? Como aquele que barganha, que mede pedaço por pedaço aquilo que a vida me custa, ou como amigo de Deus? [Fontes: "Palavra de Deus e Nova Evangelização", "L'OSSERVATORE ROMANO", "A Palavra de Deus no Anúncio e na Oração" e "Intimidade Divina" / adaptação: Dr.Wilson]