quinta-feira, 3 de março de 2011

LITURGIA / ANO A – 09º DOMINGO DO TEMPO COMUM – 06 / MARÇO / 2011

* Fazer a vontade do Pai! *

1a Leitura - Dt 11,18.26-28.32: Eis que ponho diante de vós benção e maldição.// 2a Leitura - Rm 3,21-25.28: O homem é justificado pela fé sem a prática da lei.// Evangelho – Mt 7, 21-27: A casa construída sobre a rocha e a casa construída sobre a areia.//
No Antigo Testamento toda a perfeição do povo de Israel estava contida na lei judaica - "Eis que ponho diante de vós benção e maldição; a benção, se obedecerdes aos mandamentos do Senhor vosso Deus…; a maldição, se não obedecerdes" (1a Leitura). Deus abençoava ou amaldiçoava o homem, conforme sua obediência ou desobediência à Lei judaica. O Novo Testamento instaura uma nova ordem: Deus abençoa não pela observância da Lei judaica, mas pela fé em Cristo - "Com efeito, julgamos que o homem é justificado pela fé, sem a prática da lei judaica" (2a Leitura). É São Paulo o grande pregador deste princípio: "Agora sem depender do regime da lei, a justiça de Deus se manifestou… mediante a fé em Jesus Cristo, para todos os que têm a fé" (Rm 3,21-22). Cumpre, porém compreender que a fé consiste não somente na aceitação da Palavra de Deus, mas também em consentir a manifestação de Cristo na profundidade de nosso ser, colocando ao seu dispor nossa inteligência e vontade, pensamentos e obras. Justamente isto nos ensina Jesus quando declara: "Nem todo aquele que me diz 'Senhor, Senhor' entrará no reino dos céus, mas quem faz a vontade de meu Pai que está nos céus" (Evangelho).
O próprio Cristo professa: "Desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou" (Jo 6,38). Exatamente hoje a liturgia fala abertamente da inevitável obediência à vontade do Pai (1a leitura e Evangelho). Não é simpática a palavra "obediência" às pessoas de nosso tempo, porque está ligada a uma imagem de dependência servil, de submissão alienante. Não apenas os adolescentes que se negam a aceitar de boa vontade a sujeição de normas impostas ou a atitudes autoritárias dos que mandam. A situação se torna mais evidente quando penetramos no terreno religioso. É provável que os próprios cristãos sintam-se incomodados diante de termo obediência e não raro que alguns procurem subestimar essa palavra. Entretanto, a obediência é um assunto que não pode ser relegado porque constitui tema bíblico fundamental, tanto no Antigo como no Novo Testamento.
Cristo centraliza sua atuação no mundo como alguém que "humilhou-se se fazendo obediente até a morte, e morte de cruz" (Fl 2,8). Se a obediência é um tema imprescindível para o cristão, de que obediência se trata? Na história da salvação, a obediência sempre esteve ligada a uma aliança de amor. Na iniciativa de um amor infalível, Deus é sempre quem conta com uma livre resposta de adesão do coração humano para a realização de seu plano no mundo. Trata-se, portanto de uma obediência na fé, que parte da experiência da imensa misericórdia e amor divinos, e não da submissão a uma mentalidade impositiva que poderia resultar em perda do caráter criativo e dinâmico do cristão. O empenho de procurar em tudo a vontade de Deus dá-nos uma particular fortaleza contra as dificuldades e tribulações que tenhamos que passar: doenças, calúnias, dificuldades familiares, sociais e econômicas.
No Evangelho de hoje, Cristo fala-nos de duas casas que tinham sido construídas ao mesmo tempo e que se pareciam igualmente sólidas. Mas quando chegaram as chuvas, as enchentes e os ventos fortes, ficou manifesta a grande diferença entre elas: uma manteve-se firme porque tinha sido construída sobre a rocha que é o Cristo; a outra ruiu porque fora construída sobre a areia. Não nos separemos em nenhum momento de Jesus para que, cumprindo o que Ele nos ensina para o nosso bem, guiados por Maria, possamos chegar até o final da caminhada onde O contemplaremos face a face!
[Fontes: “Falar com Deus”, “A Palavra de Deus no Anúncio e na Oração”, "Palavra de Deus e Nova Evangelização" e “Intimidade Divina” / adaptação: Dr. Wilson]

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