sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

LITURGIA/ANO B - II DOMINGO DO TEMPO DO ADVENTO – 04 /DEZ /2011



* Preparando o caminho para Cristo *

1ª Leitura - Is 40,1-5.9-11: Preparai o caminho do Senhor.// 2ª Leitura - 2Pd 3,8-14: O que nós esperamos são novos céus e uma nova terra.// Evangelho - Mc 1,1-8: Endireitai as estradas do Senhor.//  

Das leituras bíblicas deste domingo se conclui que para a apressar a vinda do Senhor e de um novo mundo em que habite a justiça (2ª Leitura: 2 Pd 3,13), temos de preparar o caminho para Cristo (1ª Leitura e Evangelho). Assim, logo na 1ª Leitura, eleva-se pela boca do profeta Isaías um clamor: "Preparai no deserto o caminho do Senhor, nivelem-se os vales, rebaixem-se os montes e colinas…" (Is 40,3-4). O significado imediato desta profecia era o retorno do povo judeu do exílio na Babilônia, conduzido pela mão de Deus que se constituiu o Salvador de seu povo. Mas esta profecia tem como significado último a vinda do Messias que deverá libertar não só Israel, mas toda a humanidade da escravidão do pecado. Será ele o pastor que "apascenta o rebanho, reúne os cordeiros e carrega-os ao colo…" (Is 40,11). No Evangelho é repetido o brado de Isaías por meio do profeta João Batista, a voz que clama no deserto: “Traçai o caminho do Senhor, aplanai as suas estradas”. A figura austera do Batista confirma sua pregação: convida os homens a prepararem o caminho do Senhor, mas em primeiro lugar preparou-o ele em si mesmo, retirando-se ao deserto onde vive desapegado de tudo o que não é Deus! Só quem é capaz de descobrir seu exílio interior, pode colocar-se proveitosamente numa espera fecunda. Nesse ambiente de recolhimento torna-se viável a possibilidade de “rebaixar os montes e colinas do próprio orgulho, da resistência em perdoar as ofensas, da vaidade e ambição desmedida, do fechar-se a outros irmãos”. Plenamente consciente da missão que lhe foi confiada, João sabe que diante de Cristo não é digno sequer de "desatar-lhe as sandálias", função que na época era habitualmente delegada ao último dos criados. Essa é a sua missão, a sua vida, a sua personalidade. Todo o seu ser está definido em função de Jesus, como teria que acontecer na nossa vida, na vida de qualquer cristão. À medida que Jesus vai se manifestando, João procura ficar em segundo plano, ir desaparecendo. Sobre ele, se refere São Gregório Magno: "João Batista perseverou na santidade porque se conservou humilde em seu coração"; por isso mereceu aquele extraordinário voto de louvor de Cristo: "Em verdade vos digo que, entre os nascidos de mulher, não apareceu um que fosse maior que João" (Mt 11,11). A atitude do Batista é uma enérgica advertência contra o desordenado amor próprio que sempre nos incita a colocar-nos indevidamente no primeiro plano. Sem humildade não poderíamos aproximar de Deus nossos amigos e então nossa vida ficaria vazia. Talvez o mundo de hoje, em muitos casos, também não espere nada, como outrora não esperava o Messias. Ou talvez olhe em outra direção, donde não virá ninguém. Muitos se acham debruçados sobre os bens materiais como se fossem o seu último fim; mas com eles jamais satisfarão o seu coração. Diz-nos Santo Agostinho: "Sabeis o que cada um de vós tem que fazer em casa, com o amigo, com o vizinho, com os dependentes, com o superior, com o inferior. Sabeis também de que modo Deus oferece as ocasiões, de que maneira abre a porta com a sua palavra. Não queirais, pois viver tranqüilos até conquistá-los para Cristo, porque vós fostes conquistados por Cristo". A nossa alegria será termos aproximado de Deus, como fez João Batista, muitos que estavam longe ou indiferentes, sabendo que é a graça divina e não a capacidade humana que consegue levar as almas para Cristo. Por isso torna-se urgente um esforço para crescer em nós a vida interior, de forma que o amor de Deus possa extravasar de nosso coração e contagiar os que passam ao nosso lado. Maria, mãe e mestra espiritual, será a ajuda decisiva para os nossos esforços de aproximar as almas dos irmãos para junto de seu filho Jesus.  

[Fontes: “Falar com Deus”, "Nas Fontes da Palavra" e "Intimidade Divina" / adaptação: Dr. Wilson]
 

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