* Alegrai-vos no Senhor!*
1ª Leitura - Is 61,1-2.10-11: “Exulto de alegria do Senhor”.// 2ª Leitura - 1Ts 5,16-24: “Vosso espírito e vosso corpo sejam conservados para a vinda do Senhor”.// Evangelho - Jo 1,6-8.19-28: “No meio de vocês está aquele que vós não conheceis”.//
A liturgia deste domingo coloca-nos já na expectativa da festa do Natal que se aproxima, trazendo-nos a consciência e a alegria de que Jesus se torna especialmente presente no meio de nós. A 1ª leitura profetiza a missão que o Messias realizará na humanidade levando a Boa Nova aos humildes, curando as feridas da alma, confortando os desanimados, anunciando a liberdade aos cativos... Quando Jesus ler este trecho na sinagoga de Nazaré [Lc 4,17-21], ele o aplicará sobre si mesmo. Nele, de fato, cumpriu-se plenamente a profecia porque somente ele tem poder de salvação universal, que pode sanar as misérias da humanidade. O salmo de meditação é extraído do Magnificat, retomando a Igreja os sentimentos de Maria (tão presente no Advento), que nos mostra como responder à mensagem de otimismo que o Senhor nos manda na 1ª leitura. Também São Paulo, na 2ª leitura, exorta os cristãos a se manterem irrepreensíveis até o dia em que o Senhor vier. Ser irrepreensível significa evitar tudo quanto possa ser motivo de repreensão ou, de modo mais positivo, viver em conformidade com o espírito do Evangelho na alegria, oração e ação de graças, "não deixando apagar o Espírito" porque este é o alento de vida! No Evangelho ouvimos a pregação de João Batista: suas palavras convertem uns, perturbam a outros. Segundo seu testemunho, o Messias já veio, já se encontra em meio ao povo sem que ninguém o perceba. Estas palavras do Batista hoje ressoam ainda dolorosamente atuais: "No meio de vós está alguém que vós não conheceis" (Jo 1,26). Está Jesus no meio de nós, na sua Igreja, na Eucaristia, na sua graça que o torna operante nos batizados. Mas o mundo não o conhece porque fecha os olhos à sua presença, e também porque são poucos os que vivenciam um autêntico testemunho evangélico, que revele a bondade do Salvador. Muitas vezes a comunhão com ele é superficial, sem a necessária profundidade e pouco alimentada pela oração. No Advento encontramos em João Batista o modelo da testemunha de Cristo que, com sua fé vigorosa, vida austera, humildade e caridade, veio "para dar testemunho da luz, a fim de todos cressem por meio dele". A humanidade hoje como em todos os tempos necessita de motivos para estar alegre. Às vezes desfrutamos de boa saúde, tudo vai bem na família e no trabalho, temos amigos e podemos aproveitar muitas coisas boas. Entretanto a experiência mostra-nos que muito freqüentemente os motivos humanos para estar alegres são temporais e podem desaparecer em nosso horizonte terreno: perdemos a saúde, temos conflitos familiares e os problemas econômicos nos aborrecem. Em meio aos desencantos da sociedade em que vivemos pela insegurança nas cidades, desemprego, ruptura familiar e conjugal, drogas, carestia de vida, vemos o homem moderno, que centralizou toda a sua felicidade egoísta no ter e no gastar, ser vítima de seu próprio invento: a sociedade do bem-estar e de consumo. Talvez os homens do tempo de João Batista não fossem tampouco mais felizes do que em nossos dias. Mas, venturosamente, Cristo vem para curar os corações feridos. Preparemos o Natal junto de Maria. Procuremos também prepará-lo em nosso ambiente, fomentando um clima de paz cristã e propiciando muitas pequenas alegrias e demonstrações de afeto aos que nos rodeiam. A Virgem teve muitos contratempos ao chegar a Belém, cansada de uma viagem tão longa e sem encontrar um lugar digno onde seu Filho pudesse nascer; mas esses problemas não a fizeram perder a alegria da Boa Nova de que Deus se fez homem e habitou entre nós.
[Fontes: ”Intimidade Divina”; ”L' Osservatore Romano”; ”Falar com Deus” e “Nas Fontes da Palavra” / adaptação: Dr. Wilson]
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