1ª Leitura – Isaías 9,1-6: O povo que andava nas trevas viu uma grande luz// 2ª Leitura – Tito 2,11-14: Este é o esplendor da glória do Pai, a expressão do seu ser.// Evangelho – Lucas 2,1-14: Nasceu um Salvador, que é o Cristo Senhor.//
Divisaram os profetas à distância de séculos este dia de Natal e o descreveram com uma profusão de imagens: “O povo que caminhava nas trevas viu uma grande luz (Is 9,1); ”Porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado; a soberania repousa sobre seus ombros, e ele se chama: Conselheiro admirável, Deus forte, Pai eterno, Príncipe da paz:” (Is 9,5). A profecia de Isaías ultrapassa a perspectiva de um novo Davi enviado por Deus para libertar seu povo e se projeta em Belém a iluminar o nascimento, não de um rei poderoso, mas do verdadeiro Salvador da humanidade. A luz que dissipa as trevas do pecado, da escravidão e da opressão é o Messias, portador de liberdade, de alegria e de paz: ”Hoje vos nasceu na Cidade de Davi (Belém) um Salvador, que é o Cristo Senhor” (Evangelho). Naquele menino, o novo povo de Deus possui o Messias esperado há séculos. A antiga esperança tornou-se imensa realidade. Contempla-a comovido São Paulo na carta a Tito (2ª Leitura) e exclama: “Manifestou-se, com efeito, a graça de Deus, fonte de salvação para todos os homens. Veio para nos ensinar a viver neste mundo com toda sobriedade, justiça e piedade” (Tt 2,11-12). Manifestou-se no humilde menino que repousa no colo da Virgem Mãe. É Ele o nosso Deus, Deus conosco, feito um de nós. Contemplando e adorando o nascimento de Jesus, vive o cristão aberto a esperanças eternas na expectativa de encontrar-se um dia com o seu Senhor.
É Natal! O Evangelho que nos é proposto neste domingo narra o grande acontecimento esperado por toda a humanidade: “Hoje vos nasceu um Salvador, que é o Cristo Senhor” (Lc 2,11). O texto bíblico é fortemente caracterizado por um grande contraste. Enquanto se esperava uma vinda majestosa, o Salvador veio ao mundo de uma forma inesperada. É neste contraste, pois, que vamos descobrir um dos maiores ensinamentos que o Natal do Senhor nos pode dar. O que imediatamente chama a nossa atenção neste acontecimento é a simplicidade. Na sua grandeza infinita, Deus se abaixa não só à condição humana, mas em qual condição seu Filho veio ao mundo! O Salvador que entrou na nossa condição humana a partir da fraqueza de um menino enrolado em panos, está do nosso lado e nos acompanha. Em contraste com essa pobreza, surge o esplendor da luz celeste com o Anjo de Deus anunciando aos pastores que tomavam conta de seus rebanhos, mas o sinal que recebem é simplesmente este: “Encontrareis um recém-nascido envolvido em faixas e deitado numa manjedoura” (Lc 2,12). Aos pastores que estão com muito medo, o Anjo anuncia uma grande alegria. Realmente, eles têm um grande motivo para se alegrarem: nasceu para eles e para todo o mundo o Salvador. A maravilha do Natal reside neste contraste: sem a revelação dos Anjos nunca entenderíamos que aquele menino na manjedoura é o Senhor. E sem o menino na manjedoura nunca entenderíamos que a glória do verdadeiro Deus é diferente da glória que estamos acostumados. Que possamos ser humildes e simples para que o Senhor, neste Natal, venha ao estábulo do nosso coração e assim possamos amá-lo na pessoa do próximo como nos ensina tão bem Madre Teresa de Calcutá: “Da humildade sempre emanam a grandeza e a glória de Deus. Devemos estar vazios do orgulho se quisermos que Deus nos preencha com a sua plenitude". Celebra verdadeiramente o Natal quem acolhe em si o Senhor com amor e fé, deixando-o viver em seu próprio coração, para que possa manifestar-se ao mundo através de sua bondade e benignidade para com todos. [Fontes: "Intimidade Divina" e "Lectio Divina - Missa do Natal do Senhor, 25-12-2009 - Pe. Carlos Henrique " / adaptação: Dr. Wilson]