* Jesus Cristo, Rei do Universo *
Ainda que as festas da Epifania, Páscoa e Ascensão sejam também festas de Cristo Rei, a de hoje foi especialmente instituída para nos mostrar Jesus como Senhor de nossas almas e de todas as coisas criadas. Nas semanas anteriores a liturgia falava-nos dos "últimos tempos", prenunciadores do “dia do Senhor”. Hoje mostra-nos esse dia à luz de Cristo que se exprime, não somente como libertador, mas também como mestre da verdade e pastor que nos conduz. Na 1ª leitura o profeta Ezequiel anuncia que Deus se encarregará de seu povo assumindo-o com a mansidão e bondade de um pastor. A imagem do pastor e das ovelhas tem profunda raiz bíblica no Antigo e Novo Testamento. A profecia de Ezequiel cumpre-se em Jesus, o bom Pastor (Jo 10,11-18), que vai a busca da ovelha perdida para reunir todo o seu rebanho, manifestando a face do Deus misericordioso e compassivo. Quanto se tenta considerar o critério de avaliação de cada um no encontro com o Cristo ressuscitado, pouco nos auxiliam as imagens que as experiências terrenas nos proporcionam acerca de julgamentos e de juízes. Nem o estilo do tribunal “justiceiro” nos tempos revolucionários, nem a serena (e freqüentemente lenta) justiça comum, dão-nos pistas adequadas sobre os critérios divinos de juízo. A primeira forma impõe muitas vezes castigos exemplares, geralmente drásticos e a segunda, no melhor dos casos, não supera a fria imparcialidade de uma balança. Nosso Rei é absolutamente original e está acima de qualquer outro tribunal, pois de antemão, escolheu para si mesmo "o caminho do despojamento e da humilhação". Ocultou sua glória na obscuridade da pobreza e da cruz e, até seu retorno durante esta história, mantém oculta sua glória na pessoa dos pobres e excluídos, nos quais se faz presente entre nós de maneira singular. "Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, com sede e te demos de beber? Em verdade vos digo que todas as vezes que fizestes isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizestes!” (Evangelho). Um ar de confiança nos domina no encontro definitivo com Cristo. Aquele que adquiriu na cruz seu cetro real simplesmente nos pede o caminho da humildade e do amor. Aquele que nos levantará dos sepulcros tem como principal missão de amor entregar a humanidade redimida ao Pai (2ª leitura), um reino de ressuscitados. A parábola do Evangelho sobre o ‘juízo divino’ mostra que para Deus só importa o amor ao irmão, como bem nos lembra São João da Cruz: "No entardecer da vida seremos examinados sobre o amor". O próximo é assim a tela panorâmica de nossa vida, o vídeo onde lemos nossa conduta, o espelho para recompor nossa figura cristã, porque "quem não ama o irmão a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê" [1 Jo 4,20]. É ver Cristo em nossos irmãos. A solidariedade efetiva diante da dor alheia é o termômetro de nosso cristianismo. Para Jesus (e para nós) o único sofrimento que conta é o sofrimento em função do sofrimento do próximo. Jesus é o “Biófilo” (amigo da vida) – veio para que tenhamos vida e vida em abundância.
[Fontes: Palavra de Deus e Nova Evangelização, Falar com Deus, Intimidade Divina e L'OSSERVATORE ROMANO / adaptação: Dr. Wilson]
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