quinta-feira, 3 de novembro de 2011

LITURGIA / ANO A – 32º DOMINGO DO TEMPO COMUM – 06 / NOV / 2011

* Solenidade de Todos os Santos e Santas *
1ª Leitura - Ap 7,2-4.9-14: "Ví uma multidão imensa de gente de todas as nações, tribos, povos e línguas."// 2ª Leitura - 1Jo 3,1-3: "Veremos a Deus tal como Ele é". // Evangelho Mt 5,1-12: "Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus".


A festividade de Todos os Santos celebra a plenitude da vida cristã de seus filhos, pedras vivas da Igreja de Cristo. “Eis os que vêm da grande tribulação…” (1ª Leitura) aqueles que lutaram pela defesa da fé, os santos da Igreja. Não são unicamente os santos canonizados, mas também outros, bem mais numerosos e ignorados que souberam, “com o auxílio de Deus, aperfeiçoar durante a vida, a santidade recebida no batismo” (Lumen Gentium, 40). São anônimos e constituem uma multidão incontável de toda raça e nação descrita pelo Apocalipse. Santidade oculta, vivida nas circunstâncias comuns da existência, nas cruzes e trabalhos do quotidiano, sem gestos de atrair a atenção e sem esplendor aparente, mas preciosa e real.  Agora eu me alegro nos meus sofrimentos por vós e completo na minha carne – diz o apóstolo Paulo - o que falta das tribulações de Cristo pelo seu corpo que é a Igreja” (Cl 1,24).

Não se trata de acrescentar algo à obra redentora de Cristo, mas de sofrer as tribulações de Jesus porque o mestre foi o primeiro a sofrê-las pelo anúncio do reino, e também porque Jesus vive no seu discípulo, chamado a partilhar da sorte de seu Senhor: “Levamos em nosso corpo os sofrimentos de Cristo, para que também a vida de Jesus se manifeste em nossa carne mortal” (2 Cor 4,10). “Exorto-vos, pois, irmãos, pela misericórdia de Deus, a oferecer os vossos corpos como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus e este é o culto espiritual que lhe deveis prestar” (Rm 12,1). “Com Cristo estou cravado na Cruz; e já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim (Gl 2,19-20).

Santo Agostinho exorta também a todos os cristãos, à vocação de sofrer em comunhão com Cristo e em benefício da comunidade eclesial (do lat. ecclesia, igreja). A condição dos santos não era, nem é impecável, assim como a da comunidade eclesial que é santa e pecadora ao mesmo tempo. Portanto, a santidade é resultado da ação de Deus unida à resposta do homem. Mas a fonte e a iniciativa estão em Deus: “Vejam que amor o Pai nos tem; somos chamados filhos de Deus! E nós o somos!”(2ª Leitura). A santidade é a obediência da fé, tarefa de amor responsável que responde ao próprio amor que Deus nos dá e pode acontecer nas situações simples do dia-a-dia. “Ser santo significa santificar o seu trabalho e santificar os outros com seu trabalho, e assim encontrar a Deus no caminho da vida” (S.J. Escrivá).

Cristo pede a todos que sejam perfeitos como seu Pai celestial é perfeito (Mt 5, 48), exortando ao caminho das bem-aventuranças no Evangelho da missa. Sua vivência, inserida nas condições concretas da vida humana, constituem o melhor caminho para a santidade. Das nove bem-aventuranças, cinco delas têm relação direta direta com o sofrimento e as outras quatro exigem grande espírito de sacrifício! Ninguém consegue ser manso, misericordioso, puro de coração e pacífico, sem luta contra as próprias paixões, sem se vencer para aceitar serenamente situações difíceis e semear em toda parte amor e paz. O caminho das bem-aventuranças é o percorrido pelos santos. De modo superlativo percorreu-o Jesus, que quis tomar sobre si todas as misérias e tribulações humanas para ensinar-nos a santificá-las.

[Fontes: “Falar com Deus”, “Nas Fontes da Palavra” e “Intimidade Divina” / adaptação: Dr. Wilson]

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