quinta-feira, 7 de julho de 2011

LITURGIA / ANO A – 15º DOMINGO DO TEMPO COMUM – 10 / JUL / 2011

* A Eficácia da Palavra de Deus *
1a Leitura - Is 55,10-11: A chuva faz a terra germinar. // 2a Leitura - Rm 8,18-23: A criação espera ser libertada e participar da glória dos filhos de Deus. // Evangelho - Mt 13,1-23: O semeador saiu para semear. //

O argumento central da liturgia de hoje é o poder e a eficácia da palavra de Deus: "A palavra que sai da minha boca não voltará sem resultado, sem ter feito o que eu quero" (1ª Leitura). Este pequeno trecho (Is 55,10-11) tece um elogio à fecundidade da Palavra de Deus, partindo da imagem da água da chuva que irriga a terra e produz seu efeito. Assim, anunciar a Palavra de Deus nunca será inútil, mesmo que os resultados não se captem imediatamente porque sua eficácia não depende tanto da boca de quem a anuncia, mas sim de sua própria força interna. O Evangelho, com a parábola do semeador, dá continuidade a este tema.

 
A narrativa de Mateus diz que Jesus sentou-se à beira do lago e se aproximaram tantas pessoas para ouvi-lo que foi necessário subir em uma barca para a multidão escutá-lo da praia. O mestre começou então a ensinar-lhes: "Saiu o semeador a semear, e as sementes caíram em terrenos muito diversos". Na Galiléia a parábola reproduz a situação agrícola daquelas paragens em que, o terreno acidentado e cheio de colinas, somente permitia destinar-se ao plantio de pequenas glebas de terra, em vales e encostas. O semeador espalha suas sementes aos quatro ventos, mas só uma parte atinge a terra fértil e o restante cai no próprio caminho de terra batida, em solo pedregoso ou em meio aos espinhos. O caminho de terra pisada são os corações duros, como esses velhos caminhos continuamente transitados, almas sem cultivo algum que nunca foram aradas, acostumadas a viver de costas para Deus. No batismo a semente fora lançada pela primeira vez e desde então quantas vezes não foi dada a graça abundante? Mas a semente da palavra divina caída nesta terra batida é logo comida pelos pássaros ou calcada pelos transeuntes, isto é, facilmente arrancada pelo inimigo que "não é preguiçoso, antes tem os olhos sempre abertos e está sempre preparado para saltar e arrebatar o dom que vós não usais" [Cardeal J. Newmann].  

O terreno pedregoso, coberto somente por uma fina camada de terra, representa as almas superficiais com pouca profundidade interior, inconstantes e incapazes de perseverar. Têm boas disposições e até recebem a graça divina com alegria, mas quando as dificuldades chegam, retrocedem, não sendo capazes de empenhar-se em cumprir propósitos que um dia fizeram e morrem sem dar fruto. Há alguns que depois de vencerem os primeiros inimigos da vida interior, esgotam-se suas energias, falta-lhes o ânimo e deixam de lutar quando estavam "a dois passos da fonte de água viva capaz de saciar para sempre", como dissera Jesus à samaritana (Santa Tereza - Caminho da Perfeição). Os espinhos que sufocam a semente divina são as preocupações deste mundo, a sedução das riquezas e a ânsia pela influência ou de poder, que impedem a união com Deus. "Por isso no Evangelho, Cristo chamou-os de espinhos porque além de sufocarem a Palavra Divina, poderiam permitir que quem os manuseasse ficasse ferido de algum pecado" (São João da Cruz).

Deus espera que sejamos um terreno fértil, rico nas virtudes da e humildade como Maria, para acolhermos a semente do Espírito Santo que nos há de libertar da escravidão do pecado e assim participarmos da liberdade dos filhos de Deus (2ª Leitura). Vemos que mesmo sendo a terra boa existem diferenças na sua excelência, porque de algumas terras se obtém trinta frutos por semente, de outras sessenta e das melhores até cem frutos por semente. Não podemos conformar-nos com o que fazemos no serviço a Deus. "O Senhor nos dá muito, tem direito à nossa mais plena correspondência e é preciso caminhar ao seu passo. Não fiquemos para trás!"
[Fontes: L 'Osservatore Romano, Palavra de Deus e Nova Evangelização, Intimidade Divina e Falar com Deus: adaptação / Dr. Wilson]

Nenhum comentário:

Postar um comentário