sábado, 4 de junho de 2011

LITURGIA / ANO A - SOLENIDADE DA ASCENSÃO - 05 / JUNHO / 2011

1a Leitura - At 1,1-11: Jesus foi levado aos céus, à vista deles.// 2a Leitura - Ef 1,17-23: E o fez sentar-se à sua direita nos céus.// Evangelho - Mt 28,16-20: Foi levado ao céu e sentou-se à direita de Deus.//

A solenidade da Ascensão que hoje celebramos diz-nos que Jesus ressuscitou para gloriosamente "subir aos céus" (1ª Leitura e Evangelho), afim de "sentar-se à direita do Pai" (2ª Leitura). A vida terrena de Jesus não termina com a sua morte na cruz, mas com a Ascensão aos céus. É o último mistério da vida de Cristo aqui na Terra. Cumprem-se agora as palavras que um dia Jesus havia dito aos discípulos: "Subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus" (Jo 20,17).

A Ascensão é também a festa da nossa esperança: com Cristo, é a nossa humanidade que sobe até junto de Deus. O Senhor do céu leva consigo a terra redimida. Desde então, "a nossa vida está escondida com Cristo em Deus", como disse São Paulo. Nele, nossa humanidade subiu ao céu embora deva passar pela morte. Lá chegando, Cristo estabeleceu uma ponte, o ponto de chegada para nós que ainda somos peregrinos. Nele, nossa humanidade completou sua missão, culminou seu processo de transformação a partir da sua existência na carne. Nele, a nova humanidade começou a reconstruir-se como fraternidade segundo o desígnio primeiro, na justiça e no amor. Os Anjos dizem aos apóstolos que é hora de começar a imensa tarefa que os espera, e que não devem perder um só instante.

Com a Ascensão termina a missão terrena de Cristo e começa a de seus discípulos, a nossa. Estas palavras constituem um convite à realidade. A comunidade cristã não pode ficar parada a contemplar o céu, deve ir ter com os homens e, no meio deles, continuar a obra de Jesus. Sem cair numa espiritualidade irreal, que nos afastasse das nossas responsabilidades na construção dum mundo mais humano, precisamos abrir o nosso horizonte. Hoje, ouçamos de novo as palavras com que Cristo intercede diante do Pai por nós: "Não peço que os tires do mundo" e, por conseguinte, não nos tire do nosso ambiente, do nosso trabalho, da nossa família; "mas que os preserves do mal" (Jo 17,15). Porque Deus quer que cada um no seu lugar continue a tarefa de santificar o mundo para melhorá-lo e assim, serem inseridas em Cristo, as almas, as famílias, as instituições, a vida pública. As próprias normas correntes da convivência devem ser mais que somente uma atitude exterior de relacionamento social e na verdade brotar da nossa caridade interior, traduzindo um autêntico interesse pelos outros. Jesus pede aos discípulos e a nós: "Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo" (Evangelho). Nesta missão, não estamos sozinhos: "Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo." Os apóstolos, após a Ascensão, caminham de volta à Jerusalém com "grande alegria", porque mesmo sem a presença física do Mestre, Ele continua vivo e glorioso junto do Pai e simultaneamente com eles ao seu lado. De modo especial hoje nós O encontramos na Eucaristia, no Sacrário mais próximo do lugar onde vivemos e também, em nossos Irmãos.

A alegria dos apóstolos tem em si algo de paradoxal. A despedida é definitiva. A vida terrestre de Cristo está encerrada. No entanto, em lugar de falar em nostalgia ou tristeza, o texto mostra-os “cheios de alegria”. Aqui está uma afirmação autenticamente cristã baseada nas alegrias pela ressurreição, a confiança na vida eterna. Em meio a uma vida pulsante, o cristão que sempre tem uma função neste mundo, deve se alegrar e guardar o júbilo dos filhos redimidos de Deus. Nestes dias que antecedem a celebração da vinda do Espírito Santo, a “Força do Alto” que é o distintivo da Igreja, façamos também como os discípulos que permaneceram no Templo com Maria em oração, para O recebermos em plenitude!

[Fontes: "Falar com Deus", "Nas Fontes da Palavra", "L 'Osservatore Romano", "Palavra de Deus e Nova Evangelização" e "Intimidade Divina" / adaptação: Dr. Wilson]

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