* A Vinda do Espírito Santo *
1a Leitura - At 2,1-11: Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar.// 2a Leitura - 1a Cor 12,3-7.12-13: Fomos batizados num único Espírito para formarmos um único corpo.// Evangelho - Jo 20,19-23: Assim como o Pai me enviou, também eu vos envio: ‘Recebei o Espírito Santo’.//
A festa litúrgica deste domingo celebra com grande alegria a vinda do Espírito Santo trazendo seus dons e frutos, festa conhecida também como o Dia de Pentecostes (do grego “penta” = cinco; “costes” = dezenas) por ocorrer cinco dezenas ou cinqüenta dias após o Domingo da Páscoa (24-04-2011). “Quando chegou o dia de Pentecostes, estavam todos juntos num mesmo lugar. E sobreveio de repente um ruído do céu, como de um vento impetuoso, que encheu toda a casa em que se encontravam. Apareceram então umas como línguas de fogo, que se espalharam e foram pousar sobre cada um deles ”(1a leitura).
O Espírito Santo manifestou-se por meio de elementos já conhecidos do Antigo Testamento (AT) que costumavam acompanhar a presença de Deus: o vento e o fogo. O fogo aparece como imagem do amor que penetra todas as coisas e nas almas, como elemento purificador. O fogo também produz luz, e significa o novo resplendor com que o Espírito Santo faz compreender a doutrina de Jesus Cristo: “Quando vier o Espírito da Verdade, guiar-vos-á para a verdade completa.” No AT, a obra do Espírito Santo é também freqüentemente sugerida pela palavra “sopro”, a fim de exprimir ao mesmo tempo a delicadeza e a força do amor divino. Não há nada mais sutil que o vento, que penetra por toda a parte, que parece até percorrer os corpos inanimados e dar-lhes vida própria. O vento impetuoso do dia de Pentecostes exprime a nova força com que o Amor Divino irrompe na Igreja e nas almas. Pentecostes não é um dia, mas é o tempo da Igreja após a ressurreição de Cristo. Para sermos mais fiéis às constantes moções e inspirações do Espírito Santo na nossa alma, podemos atentar para três realidades fundamentais: disponibilidade, vida de oração e união com a cruz. Em primeiro lugar a disponibilidade, porque é o Espírito Santo quem, com suas inspirações vai dando tom sobrenatural aos nossos pensamentos, desejos e obras. É também necessária a vida de oração, porque a unidade com o Espírito Santo só provém de um diálogo constante com o Deus Uno e Trino. Por fim, é imprescindível a união com a cruz, porque a vida de Cristo e o Calvário precederam a Ressurreição e o Pentecostes, e esse mesmo processo deve se reproduzir na vida de cada cristão. O leigo cristão, "em suas condições ordinárias de vida familiar e social, é chamado por Deus a contribuir para a santificação do mundo, guiado pelo espírito evangélico, exercendo seu próprio ofício” (Concílio Vaticano II; LG 31).
Este espírito evangélico, que é o Espírito de Cristo, defronta-se com os espíritos mais diversos e contraditórios do mundo. Como se comportará o Espírito de Cristo perante o mundo que cada dia tenta prolongar a vida dos velhos, mas mata a vida de inúmeros irmãos ainda não nascidos? Um mundo que, ao fim da sua sombria glória, recorre ao desespero da eutanásia. Certo é que até hoje a face da terra não está transformada. Será que nós membros da Igreja, especialmente os leigos, pela obediência a tantos outros espíritos frustramos constantemente aquilo que começou em Cristo e continuou com os apóstolos e mártires? Será que nós cristãos recebemos de fato o Espírito Santo, que deveria manifestar-se em nossas vidas? Os frutos do Espírito Santo são uma eficiente resposta ao mundo que tanto precisa de esperança e confiança, e São Paulo destaca os frutos principais: o amor, a alegria, a paz, a paciência, a benignidade, a bondade, a fidelidade, a mansidão e a castidade. (Gl 5,22-23). Em maior destaque figura o amor ou a caridade, que é a primeira manifestação da nossa união com Cristo. É o mais saboroso dos frutos, aquele que nos faz experimentar que Deus está mais perto, e que visa aliviar o fardo dos outros. A caridade deixa transbordar para os irmãos o que Deus nos deu! Ao amor, segue-se necessariamente a alegria, “pois aquele que ama, alegra-se na união com o amado” (São Tomás de Aquino). Quanto bem não tem semeado no mundo a alegria dos cristãos! Também a alegria nas tribulações e o ‘sorriso heróico’ nos sofrimentos são possíveis pelo nosso amor a Cristo, em face da redenção da humanidade pela sua morte de Cruz! Para chegarmos a um convívio mais íntimo com o Espírito Santo, nada tão eficaz como aproximar-nos de Maria, que soube seguir como ninguém as inspirações do Divino Espírito.
[Fontes: ”Falar com Deus” e “A Palavra de Deus no Anúncio e na Oração” / adaptação: Dr. Wilson]
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