* As Tarefas do Espírito Santo *
1a Leitura: At 8,5-8.14-17: Impuseram-lhes as mãos, e eles receberam o Espírito Santo.// 2a Leitura: 1Pd 3,15-18: Sofreu a morte na sua existência humana, mas recebeu nova vida pelo Espírito.// Evangelho: Jo 14,15-21: Eu rogarei ao Pai e ele vos dará outro defensor.//
Concentra-se a liturgia da Palavra deste domingo na promessa da atuação do Espírito Santo sobre a Igreja. Mostra a 1ª Leitura a preocupação dos apóstolos, desde o início da Igreja, que os batizados recebessem o Espírito da Verdade. Vemos aqui Pedro e João dirigindo-se à Samaria para tal fim, onde o diácono Filipe já havia anunciado o evangelho e batizado os convertidos. Vai se realizando assim o esquema geográfico programado por etapas, pelas palavras de Jesus antes de sua Ascensão (At 1,8): ‘Mas descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força, e sereis minhas testemunhas em Jerusalém (1ª Etapa), em toda a Judéia e Samaria (2ª Etapa) e até os confins do mundo (3ª Etapa)’. Ao Espírito Santo atribui-se uma missão que compreende cinco tarefas ou frutos: 1ª) Acompanhar os discípulos na ausência de Jesus (Jo 14,16); 2ª) Recordar-lhes suas palavras (Jo 14,26); 3ª) Dar testemunho dele e glorificá-lo (Jo 15,26 e 16,14); 4ª) Fazer um julgamento constante sobre o pecado e a justiça do mundo (Jo 16,8-11) e 5ª) Guiar os discípulos até a verdade plena (Jo 16,13). Em todos os casos, Cristo fala do Espírito Santo como uma pessoa distinta dele. Hoje diz claramente: "E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Paráclito (Defensor), para que fique eternamente convosco" (Evangelho), já que o próprio Jesus fora o defensor dos seus enquanto permaneceu na Terra. Sendo outra Pessoa, mas o mesmo e único Deus, o Espírito Santo é a nova presença do Ressuscitado entre os seus, é o novo modo de viver com eles e de também fazer presente o amor do Pai. Em todas as épocas da história desenrola-se um confronto entre Deus e o mundo, um desafio para a fé.
O Espírito Santo é o defensor do cristão no mundo, enviado pelo Pai e pelo Filho. Por um lado, o amor divino manifesto pelo Espírito Santo convida-nos a iniciar uma vida nova, à semelhança de Cristo. Por outro, o mundo nos tenta fascinar com os ídolos do dinheiro, do poder e do prazer. Tal como as coisas estão implantadas no mundo, compete ao Espírito Santo realizar a missão de atuar em nós como o Advogado de Deus, o Defensor da causa de Jesus e, conseqüentemente, o defensor da nossa fé. A liturgia de hoje pode estimular-nos a ter maior abertura para uma efusão eficaz do Espírito Santo em nossas vidas, para sentir-nos realmente inseridos como membros vivos e ativos no corpo da Igreja, dispostos a oferecer uma presença mais corajosa e lúcida nos diversos ambientes como sal da terra e luz do mundo. Daí o imenso valor de uma formação cristã permanente para que a graça de Deus vivifique áreas do nosso ser, antes fechadas ou imaturas, para a recepção do evangelho. A busca de um maior conhecimento da Palavra de Deus pode tornar-nos hoje mais aptos para um crescimento interior, amparados pela maternidade espiritual de Maria. Em tempos difíceis e tão cheios de desafios como na atualidade, o serviço à verdade do evangelho exige uma atitude de humilde coragem para testemunhá-lo com estilo simples, despojado de qualquer arrogância ou ironia. "Estai sempre prontos a dar a razão da vossa esperança em Cristo a todo aquele que vo-la pedir. Fazei-o, porém, com mansidão e respeito e com boa consciência" (2ª Leitura).
[Fontes: ’ Palavra de Deus e Nova Evangelização’, ‘Intimidade Divina’ e ‘Nas Fontes da Palavra’ / adaptação: Dr. Wilson]