* Cristo Cura Corpo e Alma *
1ªLeitura - Is 43,18-19.21-22.24-25: "Eu cancelo tuas culpas por minha causa". 2ªLeitura - 2 Cor 1 ,18-22: Jesus não foi sim e depois não, mas sempre foi sim. Evangelho - Mc 2,1-12: O Filho do Homem tem na terra poder de perdoar pecados.
Na vida do ser humano pode chegar a hora da infecundidade, da imobilidade. É a hora da paralisia. Paralisia do coração, do espírito, do ânimo que movimenta o corpo; paralisia da fé, da esperança e do amor, fixando o olhar da vida no passado e cerrando o panorama futuro. Não só a velhice corporal pode prender a pessoa ao passado, mas, sobretudo o envelhecimento da alma que impede a fecundidade da graça, a vida verdadeira que vem do alto e nos renova a cada momento e que nos preserva do "esclerosamento" do espírito. A promessa de resgate total para o homem, corpo e alma, vida e dignidade, ressoa já nas páginas do Antigo Testamento (Is 48,19): "Eis que eu farei coisas novas, estão surgindo agora…" (1ª Leitura). O profeta, para consolar os exilados nos cárceres da Babilônia, recorre à lembrança da fuga do Egito para animar a esperança dos oprimidos. O Deus que libertou seus antepassados libertará os exilados. Deste modo, os israelitas aprendem a reconhecer em sua própria história a presença infalível de Deus, sempre fiel em seu amor. Se o homem por um lado tem uma capacidade inesgotável em pecar, por outro, Deus tem mais ainda em perdoar. O perdão dos pecados é iniciativa da misericórdia divina que busca todos os meios para a salvação da humanidade realizando-a concretamente em Cristo. Nele suas promessas tornaram-se realidade. “É nele que todas as promessas de Deus têm o seu ‘sim’ garantido”, afirma São Paulo na 2ª Leitura. Urge, pois que o homem se decida a responder com fidelidade a fidelidade de Deus, com seu "sim" ao "sim" de Deus (2Cor 1,19-20). Mostrou Cristo de mil modos quanto se compraz Deus em perdoar. Aliás, até perdoou antes que fosse pedido. O paralítico do Evangelho está à procura de uma ajuda para sua saúde, mas recebe o perdão dos pecados. A cena evangélica deste domingo se passa na cidade de Cafarnaum. A multidão é tão grande que não só enche a casa, mas se aglomera também à porta, impedindo qualquer aproximação. Quatro pessoas que carregam um paralítico encontram uma saída original: abrem o telhado da casa e descem o leito do doente através do buraco aberto. Por esse gesto eles expressam, sem palavras, sua plena confiança em Cristo e a sua súplica pelo doente. A cena da cura propriamente dita começa com a afirmação de Jesus: "Os teus pecados estão perdoados". Na concepção judaica do Antigo Testamento, nem o Messias participaria do poder divino de perdoar os pecados. Quem atribuísse a si tal poder, estaria blasfemando. Mas Jesus lê os corações dos adversários e os surpreende com uma pergunta lançada de súbito (Mc 2,9-11): “Que é mais fácil dizer ao paralítico: Os pecados te são perdoados, ou dizer: Levanta-te, toma o teu leito e anda? Ora, para que conheçais o poder concedido ao Filho do homem sobre a terra (disse ao paralítico): eu te ordeno, levanta-te, toma o teu leito e vai para casa". É pelo milagre da cura do paralítico que Deus confirma ter o seu Filho “autoridade para perdoar os pecados” (Mc 2,10). A maneira de agir dos quatro homens que carregavam o paralítico foi reconhecida por Jesus como uma evidente prova de fé, à qual se segue o perdão dos pecados e o milagre da cura do doente. A nossa oração cheia de fé na pessoa de Jesus, amparada na intercessão de Maria, será capaz de tornar viva a presença de Deus na vida tantas pessoas que Dele necessitam, familiares, irmãos incrédulos, amigos e até nossos inimigos!
[Fontes: "Intimidade Divina", "A Palavra de Deus no Anúncio e na Oração" e "Palavra de Deus e Nova Evangelização" / adaptação: Dr. Wilson]